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Atletas de Karatê de Barra Mansa/RJ vão para o Japão disputar mundial da JKA.

                    O jornal, A voz da cidade, de Barra Mansa - RJ, publica matéria dos atletas da região que vão disputar o mundial JKA no japão esse ano.


Pela primeira vez, atletas da região irão disputar o mundial de karatê que acontece no dia 10 de outubro deste ano, no Japão. O mestre das duas lutadoras que participarão da competição faz parte da comissão técnica da seleção brasileira e luta há 25 anos. Wallace Rodrigues de Freitas ressaltou que a disputa acontecerá em Tóquio. Ele falou um pouco mais sobre o que é esse mundial e como os alunos estão lutando para conseguir chegar ao outro lado do mundo.
“Foram selecionados cinco atletas da cidade: Amanda Souza, de 20 anos; Bernardo Barreiro, de 14 anos; Pedro Lopes, de 19 anos; Lucas Fernando, de 18 anos; e Alisson Batista, de 39 anos. Chegando à Tóquio, os participantes irão se juntar a outros atletas do Brasil que também foram selecionados. No total serão 60 atletas, nas categorias, infantil e adulto. É a primeira vez que a região é levada para fora do país”, declarou o treinador.
Para o Mundial, outras duas jovens atletas da cidade, Beatriz de 14 anos e Maria Eduarda de 13 anos, conseguiram uma vaga, porém por falta de dinheiro, não irão competir. “Infelizmente estamos sem nenhum tipo de apoio financeiro para essa competição tão importante. Cada aluno terá que juntar seu próprio dinheiro, incluindo os que são menores de idade; sem contar que o responsável terá que ir de acompanhante. O preço da passagem é U$ 3 mil. Estamos pensando em organizar alguns eventos e rifas para tentar ajudar a diminuir o custo dessa viagem”, explicou o professor, que treina as meninas no Ilha Clube, no bairro Ano Bom.

Na primeira semana no Japão, os mestres irão treinar junto com os alunos, para ajudar na preparação. A ideia dos participantes é superar a seleção nipônica, já que eles são os melhores. O mestre acredita que seus alunos têm capacidade e acredita na vitória. “Quem puder ajudar, com qualquer tipo de apoio será bem vindo. Basta me procurar na academia do Ilha Clube ou ligar para o telefone 998541425”, pediu o mestre.


Oss!

O treino de Karatê


O treino de Karatê pode ser dividido em três partes principais: Kihon, Kata e Kumite.

• O Kihon (fundamentos, em japonês) é a prática das técnicas básicas. É nessa hora que o karateca deve fazer correções da sua base, e melhorar sua técnica, força e velocidade.

• Os Katas (forma) são sequências pré-determinadas de movimentos. Cada Kata reúne técnicas básicas e, alguns deles, avançadas de defesas e ataques contra múltiplos adversários imaginários. Sua execução requer, principalmente, vigor nos movimentos, concentração, postura, respiração apropriada e compreensão dos movimentos executados (aplicação da técnica).


• Já o Kumite (encontro de mãos, ou combate) é a luta propriamente dita. Ao contrário do Kihon e do Kata, que são praticados individualmente, no Kumite treina-se com um companheiro. Para que o praticante possa se desenvolver na luta, os companheiros devem criar uma certa dificuldade para o outro no momento do Kumite, observando sempre a graduação (estágio de aprendizado).

Hidetaka Nishiyama


Hidetaka Nishiyama (10 de outubro de 1928 - 7 de Novembro de 2008) era um mestre de Karate Tradicional, 10º Dan e presidente da International Traditional Karate Federation - ITKF.

Em 1943 começou a estudar com Gichin Funakoshi, pai do Karatê moderno e responsável pela escola Shotokan.

Em 1951, obtém o título de mestre em economia na universidade de Takushoku e torna-se um dos fundadores da Japan Karate Association (JKA), tendo sido convidado no ano seguinte a treinar as forças especiais Americanas do Strategic Air Command.

Em 1960 publica o livro Karate: The Art of Empty-Hand Fighting que se encontra presentemente na sua 70ª edição (2000 cópias do edição) sendo considerado um clássico e o livro de Karate mais vendido da história.

Em julho de 1961 muda-se definitivamente para os Estados Unidos da América e funda a All American Karate Federation (AAKF).

Em 3 de novembro de 2000, o imperador do Japão concedeu-lhe a Ordem do Tesouro Sagrado, numa cerimônia do palácio imperial, em Tóquio.


Continuava a ensinar Karate por todo o mundo, tendo o seu próprio dojo em Los Angeles, Califórnia. Era uma das mais respeitadas personalidades do mundo do Karate e continuava ainda hoje a sua luta pelo reconhecimento do Karatê Tradicional enquanto desporto olímpico.

Masatoshi Nakayama


Masatoshi Nakayama (1913–1987), 10º Dan, é um dos mestres mais influentes da história do Karate Shotokan.

Em 1932 inicia o treino de Karate na universidade de Takushoku, de onde viriam a emergir nomes como os de Hidetaka Nishiyama, Hirokazu Kanazawa e Keinosuke Enoeda.

Tendo estudado diretamente sob a tutela de Gichin Funakoshi e do seu filho Gigo, funda em 1949 a Japan Karate Association, dando início à maior operação de expansão do Karate para lá das fronteiras do Japão.

De modo a tornar esta arte marcial mais credível e passível de aceitação no mundo ocidental, Nakayama restaura as bases do treino de Karate tendo por base conceitos científicos das ciências do desporto.

A Japan Karate Association foi até à data da sua morte a mais sólida e produtiva organização internacional dedicada ao Karate Shotokan, tendo este acontecimento dado início a uma série de cisões que originariam a proliferação de diversas novas organizações e consequente enfraquecimento da lenda da JKA.

Primeiras divulgações abertas do Karatê


Em 1902, durante a visita de Shintaro Ogawa, que era então inspetor escolar da prefeitura de Kagoshima, à escola de Funakoshi em Oquinaua, foi feita uma demonstração de te. Funakoshi impressionou bastante devido ao seu status de educador, ficando Ogawa tão entusiasmado que súbito escreveu um relatório ao Ministério da Educação elogiando as virtudes da arte. Foi então que o treinamento de caratê passou a ser oficialmente autorizado nas escolas.

Até então a arte marcial só era praticado atrás de portas fechadas, o que, no entanto não significava que fosse um "segredo", porém havia certos mestres que procuravam manter seu conhecimento velado e dentro principalmente de suas famílias e/ou dentro de um seleto e miúdo grupo.

Ou seja, posto que não fosse um segredo a existência do caratê, mestres existiam que relutavam em ensinar ao público em geral e outros que procuravam impedir que outros mestres o fizessem. Por outro lado, as casas eram tipicamente muito próximas umas das outras, e tudo que era feito numa casa era conhecido pelas casas adjacentes. Enquanto muitos autores pregam o caratê como sendo um segredo àquela época, não era exatamente isso o que se encontrava na prática. O caratê era "oficiosamente" secreto...

Contra os pedidos de muitos dos mestres mais antigo, que não eram a favor da divulgação da arte, Funakoshi, com o apoio de outros renomados mestres, como Kenwa Mabuni, Hironori Otsuka, Takeshi Shimoda, Choki Motobu e outros, levou a disciplina até o sistema público de ensino, mas principalmente com a ajuda de seu mestre Itosu. Logo, as crianças de Oquinaua estavam aprendendo os kata como parte das aulas de educação física. E, nesse meio-tempo, a redescoberta da herança étnica em Oquinaua entrou em voga, e as aulas de caratê passaram ser bastante apreciadas.

Alguns anos depois, o Almirante Rokuro Yashiro assistiu a uma demonstração de kata. Essa demonstração foi feita por Funakoshi junto com uma equipe composta por seus melhores alunos. Enquanto ele narrava, os outros executavam kata, quebravam telhas, e geralmente chegavam ao limite de seus pequenos corpos. Yashiro ficou tão impressionado que ordenou a seus homens que iniciassem o aprendizado na arte.

Funakoshi sempre enfatizava o desenvolvimento do caráter e a disciplina nas suas narrações durante essas demonstrações. Quando participava das exibições, gostava de executar o kata kanku dai, o maior de seu estilo, e talvez o mais representativo.

Em 1912, a Primeira Esquadra Imperial da Marinha ancorou na Baía de Chujo, sob o comando do Almirante Dewa, que selecionou doze homens da sua tripulação para estudarem caratê durante uma semana.


Foram graças a esses dois oficiais da Marinha que o caratê começou a ser comentado em Tóquio. Os japoneses que viam essas demonstrações levavam as estórias consigo quando voltavam ao Japão. Pela primeira vez na sua história, o Japão acharia algo na sua pequena possessão de Oquinaua além de praias bonitas e o ar puro.